terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Encontro Ideal n°01
(Escrito em Julho de 2007)
Uma padaria, às 8h00.
Ele está resfriado.
Eu estou com pressa.
Ele percebe que estou triste - sim, só posso estar triste - e oferece um pouco do seu café. Olho para xícara infestada de bactérias do desconhecido com certo desdém, porque, além de não querer adoecer, meu ego matinal é mais forte que qualquer amor ainda não sentido.
Mas, mesmo assim eu bebo.
Ouço a voz dele pela primeira vez:
- Minha mãe sempre me levava café na cama quando sabia que eu estava triste.
Disfarço um sorriso frouxo e uma lágrima frouxa.
Sento ao lado dele e tento dizer o quanto não estou triste. Tento dizer que estou apressada, já que eu e minha equipe havíamos combinado de nos encontrar no escritório, em pleno sábado, para poder finalizar o projeto no dia marcado. Penso em contar-lhe mais sobre minha profissão, sobre meus horários, meus amigos. Penso em tudo ao mesmo tempo.
Então eu digo:
- Hmm.
Olho o sujeito de soslaio. Não tinha visto seu rosto até o momento e estava, pois, tomando o café de um par de calças. Só então percebo que seu nariz estava vermelho pelo resfriado.
- E o melhor é que sempre funcionava.
Demorei um pouco pra entender que ele se referia ao café na cama com carinho de mãe. Quando entendi, sorri novamente, mas dessa vez sem disfarces. E sem lágrimas também.
Ele percebeu; sorriu de volta. Digamos que deu risada. Virou o rosto para o meu lado e, por baixo dos cachos que lhe caíam testa à baixo, olhou para mim. Não olhou para os meus olhos, olhou para mim inteira, para minha tristeza, para minha alma; creio que naquele momento ele sentiu exatamente o mesmo que eu sentia.
Fiquei feliz por ser compreendida por alguém, mas a indefinição do pronome "alguém" fez a situação um pouco constrangedora.Endireitei a coluna e pigarreei.
- Meus pais - recomeçou ele - diziam que uma bebida quente renova a alma de qualquer um. Você quer um café?
E novamente me olhou.
- Sim...
Fiz movimentos para chamar o atendente, mas ele foi mais rápido.
- Estou triste.
- Eu sei.
Passou-se um tempo. Dois tempos, três tempos, não sei. Quanto tempo demora para se colocar um pouco de café em um pouco de xícara?
- Hoje é sábado - arrisquei, na tentativa banal de reestabelecer um diálogo.
- Triste, não?
- Para você também é triste?
- Claro.
Dessa vez ele sorriu e chorou. Eu só amei.
Passou-se outro tempo. Quatro tempos, cinco tempos. Quanto tempo demora para se viver uma vida?
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Blasé
Gosto muito da sua maneira de se vestir.
Você usa blusas folgadas e saias esvoaçantes e é falsamente recatada, quando evidencia sua nudez por baixo dos panos.
Golas folgadas caem dos ombros. As saias são abaixo do joelho, mas com um tecido translúcido e qualquer um pode observar o movimento de suas pernas finas. Seu pescoço está sempre livre.
Movimentos leves, descuidos propositais, corpo "escondido".
Gosto muito da sua maneira de ser puta...
Você usa blusas folgadas e saias esvoaçantes e é falsamente recatada, quando evidencia sua nudez por baixo dos panos.
Golas folgadas caem dos ombros. As saias são abaixo do joelho, mas com um tecido translúcido e qualquer um pode observar o movimento de suas pernas finas. Seu pescoço está sempre livre.
Movimentos leves, descuidos propositais, corpo "escondido".
Gosto muito da sua maneira de ser puta...
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
oi, Murphy
Olá! Hoje a enchente alagou a sua casa?
Não, né, porque hoje nem choveu em São Paulo. Mas, olha que gozado, hoje a minha casa foi alagada sim senhô.
E o mais engraçado é que toda a água será paga ao final do mês.
Se liga...
Saí de manhã, como sempre, fui trabalhar e tal. Estava um pouco adiantada, por isso desci uma estação antes e fui andando calmamente. Acabei comprando uma revista sobre photoshop cheia de tutoriais, dei uma folheada, e fiquei morrendo de vontade de chegar logo em casa.
Justamente por causa dessa vontade, decidi não fazer meu horário de almoço pra sair mais cedo. Também precisava passar no banco, então ia ser perfeito; comia qualquer coisa pra enganar, fazia tudo correndinho e eu chegava cedo em casa, belíssima para me divertir com minha nova aquisição.
Mas, né, claro que não ia ser tão simples assim.
Fui ao banco, passei uns bons minutos numa fila, andei pra cacete até o ponto de ônibus, perdi um ônibus (com direito a escândalo e xingamentos em voz alta ao motorista), esperei mais 30 minutos até passar o próximo e segui, achando que já estava bom por ali e eu seria feliz para sempre.
Cheguei em casa com várias sacolas e blusas na mão (porque, puta que pariu, tempinho de merda, nunca mais terei conforto térmico, meu deus?) às 17h.
De longe vi um filete de água escorrendo pra rua.
Estranhei porque Marlene – chama Marlene a moça que ajuda aqui em casa – porque Marlene não lava a garagem às quartas. Mas sei lá, com esse cachorro maluco, o lugar devia estar todo escroto e ela resolveu dar uma lavadinha pra preservar a dignidade arquitetônica da casa.
Abri o portão e encontrei uma Marlene enlouquecida, com uma vassoura na mão, frenética, puxando água e falando “ai, Carol, você não sabe! Tava faltando água, a torneira ficou aberta. A água voltou sei lá que hora e começou a jorrar e ai, meu deus! A sorte foi que eu passei na rua e vi escorrendo pela porta da casa”
“Que?”
“A casa está inundada!”
“Ah.. que?”
“Ai, meu Deus, meu Deus!!!!!”
Pisei na sala e o barulho do meu pé no chão foi “splash”. Fui ao quarto, correndo, colocar a bolsa na cama e espirrou água pra todo lado. Era o caos, o fim dos tempos.
Tinha muita água.
Não era exagero, a casa estava mesmo inteira molhada de uma água límpida e cristalina. No desespero, Marlene acabou quebrando o único rodo da casa e putaquepariueagorasocorro.
Achei um rodinho pequeno e comecei a puxar também.
Tava de um jeito que não sabia por onde começar. Não importava, na realidade, porque tudo precisava urgentemente de um rodo. Ao meu desespero somou-se o desespero da cachorra que, não entendendo a gravidade do que estava ocorrendo, insistia para que eu abrisse o portão para ela dar uma voltinha na rua.
Enquanto Marlene repetia em voz alta “Ai, por Deus, por Deus!” eu repetia em voz baixa, com os olhos marejados “merda.... merda.”
Não contarei detalhes de como foi o serviço, mas acabou que a casa ficou forrada dos familiares de Marlene – que ela mora aqui perto e toda a família dela veio ajudar – e era gente que eu nunca vi na vida pegando as minhas coisas, puxando os móveis, passando pano.
Grazádeus que eles vieram; terminamos o trabalho em “apenas” 3 horas.
Meu teclado, que estava funcionando perfeitamente e que eu estava amando tocar novamente molhou. Enxarcou. Quando virava ele vertia água pelas saídas de som das laterais. Não tentei ligá-lo por medo de dar alguma faísca louca, mas certeza que já era.
Meu portfólio foi perda total. TODOS os trabalhos tão cagados, com machas rosadas da tinta de uma revista que derreteu.
Minha carteira de trabalho ficou frisada. Um loosho profissional.
Cadernos antigos de anotações do colégio, que estavam numa caixa, viraram algo parecido com vômito.
Provavelmente alguns livros do meu irmão também foram destruídos, mas ainda não tive tempo de avaliar com calma.
Sem contar o sapato e a calça que eu estava usando, ambos novos, que sofreram algum dano também. Mas aí tudo bem, vai, se comparar com o resto...
Agora sim eu me compadeço com as vítimas de enchentes.
SALDO
Negativo:
- 1 teclado musical yamaha com grande valor sentimental, além de cabos e da mala para carregá-lo;
- 1 portfólio de trabalhos de design;
- 1 revista de design;
- 3 cadernos antigos de anotações;
- 1 carteira de trabalho;
- 1 rodo;
- Vários livros de literatura, informática e temas variados.
Positivo:
- R$2,50 perdidos embaixo das camas e nos cantinhos da casa vieram junto com as águas;
- Mais tônus muscular (?).
Não, né, porque hoje nem choveu em São Paulo. Mas, olha que gozado, hoje a minha casa foi alagada sim senhô.
E o mais engraçado é que toda a água será paga ao final do mês.
Se liga...
Saí de manhã, como sempre, fui trabalhar e tal. Estava um pouco adiantada, por isso desci uma estação antes e fui andando calmamente. Acabei comprando uma revista sobre photoshop cheia de tutoriais, dei uma folheada, e fiquei morrendo de vontade de chegar logo em casa.
Justamente por causa dessa vontade, decidi não fazer meu horário de almoço pra sair mais cedo. Também precisava passar no banco, então ia ser perfeito; comia qualquer coisa pra enganar, fazia tudo correndinho e eu chegava cedo em casa, belíssima para me divertir com minha nova aquisição.
Mas, né, claro que não ia ser tão simples assim.
Fui ao banco, passei uns bons minutos numa fila, andei pra cacete até o ponto de ônibus, perdi um ônibus (com direito a escândalo e xingamentos em voz alta ao motorista), esperei mais 30 minutos até passar o próximo e segui, achando que já estava bom por ali e eu seria feliz para sempre.
Cheguei em casa com várias sacolas e blusas na mão (porque, puta que pariu, tempinho de merda, nunca mais terei conforto térmico, meu deus?) às 17h.
De longe vi um filete de água escorrendo pra rua.
Estranhei porque Marlene – chama Marlene a moça que ajuda aqui em casa – porque Marlene não lava a garagem às quartas. Mas sei lá, com esse cachorro maluco, o lugar devia estar todo escroto e ela resolveu dar uma lavadinha pra preservar a dignidade arquitetônica da casa.
Abri o portão e encontrei uma Marlene enlouquecida, com uma vassoura na mão, frenética, puxando água e falando “ai, Carol, você não sabe! Tava faltando água, a torneira ficou aberta. A água voltou sei lá que hora e começou a jorrar e ai, meu deus! A sorte foi que eu passei na rua e vi escorrendo pela porta da casa”
“Que?”
“A casa está inundada!”
“Ah.. que?”
“Ai, meu Deus, meu Deus!!!!!”
Pisei na sala e o barulho do meu pé no chão foi “splash”. Fui ao quarto, correndo, colocar a bolsa na cama e espirrou água pra todo lado. Era o caos, o fim dos tempos.
Tinha muita água.
Não era exagero, a casa estava mesmo inteira molhada de uma água límpida e cristalina. No desespero, Marlene acabou quebrando o único rodo da casa e putaquepariueagorasocorro.
Achei um rodinho pequeno e comecei a puxar também.
Tava de um jeito que não sabia por onde começar. Não importava, na realidade, porque tudo precisava urgentemente de um rodo. Ao meu desespero somou-se o desespero da cachorra que, não entendendo a gravidade do que estava ocorrendo, insistia para que eu abrisse o portão para ela dar uma voltinha na rua.
Enquanto Marlene repetia em voz alta “Ai, por Deus, por Deus!” eu repetia em voz baixa, com os olhos marejados “merda.... merda.”
Não contarei detalhes de como foi o serviço, mas acabou que a casa ficou forrada dos familiares de Marlene – que ela mora aqui perto e toda a família dela veio ajudar – e era gente que eu nunca vi na vida pegando as minhas coisas, puxando os móveis, passando pano.
Grazádeus que eles vieram; terminamos o trabalho em “apenas” 3 horas.
Meu teclado, que estava funcionando perfeitamente e que eu estava amando tocar novamente molhou. Enxarcou. Quando virava ele vertia água pelas saídas de som das laterais. Não tentei ligá-lo por medo de dar alguma faísca louca, mas certeza que já era.
Meu portfólio foi perda total. TODOS os trabalhos tão cagados, com machas rosadas da tinta de uma revista que derreteu.
Minha carteira de trabalho ficou frisada. Um loosho profissional.
Cadernos antigos de anotações do colégio, que estavam numa caixa, viraram algo parecido com vômito.
Provavelmente alguns livros do meu irmão também foram destruídos, mas ainda não tive tempo de avaliar com calma.
Sem contar o sapato e a calça que eu estava usando, ambos novos, que sofreram algum dano também. Mas aí tudo bem, vai, se comparar com o resto...
Agora sim eu me compadeço com as vítimas de enchentes.
SALDO
Negativo:
- 1 teclado musical yamaha com grande valor sentimental, além de cabos e da mala para carregá-lo;
- 1 portfólio de trabalhos de design;
- 1 revista de design;
- 3 cadernos antigos de anotações;
- 1 carteira de trabalho;
- 1 rodo;
- Vários livros de literatura, informática e temas variados.
Positivo:
- R$2,50 perdidos embaixo das camas e nos cantinhos da casa vieram junto com as águas;
- Mais tônus muscular (?).
Photoshop fellings
Sharon Stone posa seminua para revista francesa
Ah, paray.
Fazer 200 anos e continuar gostosona é muito fácil num mundo cheio de gente que curte tratamento de imagem.
Ah, paray.
Fazer 200 anos e continuar gostosona é muito fácil num mundo cheio de gente que curte tratamento de imagem.
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malvadezas,
nos jornais
Desculpa, eu ri.
Steven Tyler, do Aerosmith, é internado após cair do palco
Melhores momentos:
"O cantor "girou, cambaleou para trás e caiu de costas fora do palco", afirmou o diário."
"A banda continuou tocando (...)"
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segunda-feira, 3 de agosto de 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Youtube
Gente, desculpem postarum vídeo viral de internet, mas esse merece:
CACO BARCELOS>> E você, também está indignada?
FULANA>> Eu tô... também tô eliminada.
CACO BARCELOS>> E por quê?
FULANA>> ......... é tudo reguedido.
Ooooi?
Hahaha, admito que eu atoron essas coisas!
CACO BARCELOS>> E você, também está indignada?
FULANA>> Eu tô... também tô eliminada.
CACO BARCELOS>> E por quê?
FULANA>> ......... é tudo reguedido.
Ooooi?
Hahaha, admito que eu atoron essas coisas!
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Como chamar a atenção dos amigos - lição 01
Lições para quem deseja dar a impressão de que irá cometer suicídio.
Email enviado para> Larissa, Camila, Irina
Em> 17/07/2009
subject> Sobre nossa conta de luz
Olha, aconteceu o seguinte,
Ontem passei lá no apto pra pegar umas coisas minhas e cheguei junto com a conta de luz
Veio alta de novo...
Aí pensei que porra, esse mês temos a geladeira, uma coisinha ou outra ligada e a porra da conta vem na porra do valor de 28 reais?
Sério... tem alguma coisa errada. E tudo indica que é o microondas.
Ele é uma ajuda magnífica nessa nossa vida de comida requentada da mamãe, mas ele tá fodendo mesmo, jão! a conta tá vindo cara demais por causa dele e ah! Ok, no inverno as contas tendem a aumentar, o chuveiro fica no quente mesmo e é assim que a vida funciona, mas né..?
Talvez eu só esteja reclamando pq acabei de ver meu saldo e pq eu to de TPM, só que eu preferia quando a conta vinha baixa. Achava super engracado pagar 2.50 de luz e pensava que poxa, claro que existe dinheiro pra viver; a conta de luz é o preco de uma pinga, entao sim, eu consigo um minimo de independencia mesmo com o salario ridiculo de estagiaria ridicula que sou.
Agora não tá engracado pagar 7, 8 reais só na conta de luz e escolher entre almocar ou pedir dinheiro pro papis (oi, eu sou exagerada).
Enfim, esse email é só pra informar da conta e sublinhar a necessidade de discutirmos nossa relacao,
E tbm pra avisar que hj vou lá com uma picareta quebrar o microondas a geladeira e o chuveiro. logo em seguida eu pularei da janela do quarto e na minha mao vcs encontrarão um papel amassadinho - esse será meu extrato bancário.
Sim, eu nao estava brincando quando disse que to de tpm.
amor e beijos
Carol
Email enviado para> Larissa, Camila, Irina
Em> 17/07/2009
subject> Sobre nossa conta de luz
Olha, aconteceu o seguinte,
Ontem passei lá no apto pra pegar umas coisas minhas e cheguei junto com a conta de luz
Veio alta de novo...
Aí pensei que porra, esse mês temos a geladeira, uma coisinha ou outra ligada e a porra da conta vem na porra do valor de 28 reais?
Sério... tem alguma coisa errada. E tudo indica que é o microondas.
Ele é uma ajuda magnífica nessa nossa vida de comida requentada da mamãe, mas ele tá fodendo mesmo, jão! a conta tá vindo cara demais por causa dele e ah! Ok, no inverno as contas tendem a aumentar, o chuveiro fica no quente mesmo e é assim que a vida funciona, mas né..?
Talvez eu só esteja reclamando pq acabei de ver meu saldo e pq eu to de TPM, só que eu preferia quando a conta vinha baixa. Achava super engracado pagar 2.50 de luz e pensava que poxa, claro que existe dinheiro pra viver; a conta de luz é o preco de uma pinga, entao sim, eu consigo um minimo de independencia mesmo com o salario ridiculo de estagiaria ridicula que sou.
Agora não tá engracado pagar 7, 8 reais só na conta de luz e escolher entre almocar ou pedir dinheiro pro papis (oi, eu sou exagerada).
Enfim, esse email é só pra informar da conta e sublinhar a necessidade de discutirmos nossa relacao,
E tbm pra avisar que hj vou lá com uma picareta quebrar o microondas a geladeira e o chuveiro. logo em seguida eu pularei da janela do quarto e na minha mao vcs encontrarão um papel amassadinho - esse será meu extrato bancário.
Sim, eu nao estava brincando quando disse que to de tpm.
amor e beijos
Carol
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sexta-feira, 17 de julho de 2009
Aliás,
Se eu tenho um blog eu posso usá-lo como catarse.
(esse post vai ser chato, ok? e fodam-se os que leem. Sério, fodam-se vocês)
Começou ontem.
Houve uma conversa com uns amigos designers e eu soube que, puta que pariu, eu simplesmente escolhi a profissão errada. Aliás, eu escolhi a mente errada, porque, sério, não há caminho para a minha felicidade profissional.
Design não é certo. ponto.
Assim, design de verdade é certo, é MUITO certo e perfeito e lindo, mas essa profissão dos sonhos só existe no mundo das idéias e eu não moro com Platão.
O que é praticado no mercado é o design gráfico dos folhetinhos que entopem bueiros e são feitos totalmente cagados pq o cliente MANDA fazer assim; e o design de produto vigente é o de lugares descoladinhos, de gente descolandinha que paga R$5000 reais em uma cadeira e fuma cigarros enquanto ri de Godard.
Ai, Godard é mesmo impagável, hohoho!
O que me deixa P-U-T-A-D-A-V-I-D-A com essa profissão é essa falta de credibilidade e coisa e tal.. é o que um amigo meu falou, se vc vai no médico e ele fala que vc precisa de remédios assins e assados, vc vai na farmácia, compra tudo e toma tudo direito. E amém médico, vc salvou a vida e só cobrou R$90 na consulta.
Super valeu a pena, né?
Agora se um designer fala que vc precisa de algum produto x ou de um projeto y, você manda o cara calar a boca, que quem entende do negócio é o contratante então, dã, é lógico que ficará divino um folheto A5 com foto de 35 pessoas, nome e sobrenome de cada um, o mascotinho da empresa e uma pequena biografia do dono. É claro que ficará bom.
O designer só serve pra "dar uma arte" na coisa toda e, rapidinho, ok? E como assim tão caro??? É tão fácil fazer!
Cacete, contratam um designer pra dar esse tipo de consultoria e simplesmente foda-se se o cara estudou __ anos antes de falar o que ele está falando. Credibilidade não existe, fim.
Aí tá. Design não.
Próxima...
A próxima profissão da lista é jornalismo, que também não é certo. ponto.
Além da burocracia que deve existir, eu simplesmente não quero virar uma måquina de cagar texto jornalístico e nuncaaaa eu pretendo escrever uma notícia com o título " Emma Watson quase paga peitinho "
Sei lá, né...
E jornalistas menos pão com ovo fazem coisas totalmente adoráveis, como enfiar microfones nas fuças da Dona Fulana, nordestina que chora depois ao rever os filhos. Caralho, pq não enfia um microfone no cu do Sarney, que roubou litrOZ de dinheiro público e deve explicacoes e deixa a Dona Fulana chorar nos ombros das pessoas que a amam?
É invasivo. É coisa de filho da puta!
Pensando que eu não me vejo fazendo algo que não seja design ou jornalismo, partimos da premissa que eu sou uma frustrada, profissionalmente falando.
Agora vamos aos fatos...
Ontem tive um dia de trabalho idiota, uma tarde de afazeres idiotas (que incluiram a chegada da conta de luz absurda da republica que eu moro), uma noite idiota de cinema fracassado e uma madrugada idiota de bolo virtual de pessoas virtuais. Uma noite de sono conturbada, uma manhã fria, sumiço de 70% das roupas que queria usar e um sono profundo no metrô.. dormi a linha azul inteiriiiiiinha e, tipo, a linha azul é gigante, sabe?
Obs: São Paulo é mesmo uma cidade de cu, ninguém sequer notou meu corpo inanimado e, se bobear, eu estava mesmo passando mal.
Estava atrasada, mas estava com fome.
"Foda-se, vou tomar um café da manhã decente nesta padaria de 1 milhão de dólares da Paulista." pensei.
Fui lá, belíssima, comer alguma coisa gostosa no self-service da padaria. Muito genial, um self-service de café da manhã, né? Aquelas coisinhas fumegandinho, potinhos de geleia, frutas, bolinho, suco. Mwuhá, comeria tudo fácil!
Só que ooooooi? R$19,50 o kg das iguarias matinais?!
"Manda um pingado e um pão na chapa, grande!"
Obs: o ponto alto do café da manhã foi assistir a briga de um casal no carro ao lado. Os dois estavam com roupas parecidas e usavam óculos escuros parecidos e fumavam histericamente parecidos. A mulher era genial, e gritava repetidas vezes " tem que fazer assim, porra??" Ela me trouxe uma pontinha de felicidade.
Sai correndo depois de pagar R$4.00 no meu super café+paonachapa (causou um rombo no orçamento. O almoço de hoje será Pipocas Nhac) e, sei lá, a Av Paulista resolveu mijar em mim com os ares-condicionados (plural, oi?). Era gotas grossas e, pensando agora, há a possibilidade de pessoas terem cuspido em mim.
Obs: Um anúncio de um professor de inglês nativo. Super erros de gramática! hahaha, tentarei tirar fotos pra postar no blog, aquilo merece registro.
Corri pra cacete, cheguei aqui no trabalho e "ah, tá tranquilo, né?"
É, porra, corri de idiota que sou / estou e estou aqui, atualizando um blog e pensando se no dia do sexo eu farei sexo (será dia 06/09 - dia meianove, saca? hãhã)
(esse post vai ser chato, ok? e fodam-se os que leem. Sério, fodam-se vocês)
Começou ontem.
Houve uma conversa com uns amigos designers e eu soube que, puta que pariu, eu simplesmente escolhi a profissão errada. Aliás, eu escolhi a mente errada, porque, sério, não há caminho para a minha felicidade profissional.
Design não é certo. ponto.
Assim, design de verdade é certo, é MUITO certo e perfeito e lindo, mas essa profissão dos sonhos só existe no mundo das idéias e eu não moro com Platão.
O que é praticado no mercado é o design gráfico dos folhetinhos que entopem bueiros e são feitos totalmente cagados pq o cliente MANDA fazer assim; e o design de produto vigente é o de lugares descoladinhos, de gente descolandinha que paga R$5000 reais em uma cadeira e fuma cigarros enquanto ri de Godard.
Ai, Godard é mesmo impagável, hohoho!
O que me deixa P-U-T-A-D-A-V-I-D-A com essa profissão é essa falta de credibilidade e coisa e tal.. é o que um amigo meu falou, se vc vai no médico e ele fala que vc precisa de remédios assins e assados, vc vai na farmácia, compra tudo e toma tudo direito. E amém médico, vc salvou a vida e só cobrou R$90 na consulta.
Super valeu a pena, né?
Agora se um designer fala que vc precisa de algum produto x ou de um projeto y, você manda o cara calar a boca, que quem entende do negócio é o contratante então, dã, é lógico que ficará divino um folheto A5 com foto de 35 pessoas, nome e sobrenome de cada um, o mascotinho da empresa e uma pequena biografia do dono. É claro que ficará bom.
O designer só serve pra "dar uma arte" na coisa toda e, rapidinho, ok? E como assim tão caro??? É tão fácil fazer!
Cacete, contratam um designer pra dar esse tipo de consultoria e simplesmente foda-se se o cara estudou __ anos antes de falar o que ele está falando. Credibilidade não existe, fim.
Aí tá. Design não.
Próxima...
A próxima profissão da lista é jornalismo, que também não é certo. ponto.
Além da burocracia que deve existir, eu simplesmente não quero virar uma måquina de cagar texto jornalístico e nuncaaaa eu pretendo escrever uma notícia com o título " Emma Watson quase paga peitinho "
Sei lá, né...
E jornalistas menos pão com ovo fazem coisas totalmente adoráveis, como enfiar microfones nas fuças da Dona Fulana, nordestina que chora depois ao rever os filhos. Caralho, pq não enfia um microfone no cu do Sarney, que roubou litrOZ de dinheiro público e deve explicacoes e deixa a Dona Fulana chorar nos ombros das pessoas que a amam?
É invasivo. É coisa de filho da puta!
Pensando que eu não me vejo fazendo algo que não seja design ou jornalismo, partimos da premissa que eu sou uma frustrada, profissionalmente falando.
Agora vamos aos fatos...
Ontem tive um dia de trabalho idiota, uma tarde de afazeres idiotas (que incluiram a chegada da conta de luz absurda da republica que eu moro), uma noite idiota de cinema fracassado e uma madrugada idiota de bolo virtual de pessoas virtuais. Uma noite de sono conturbada, uma manhã fria, sumiço de 70% das roupas que queria usar e um sono profundo no metrô.. dormi a linha azul inteiriiiiiinha e, tipo, a linha azul é gigante, sabe?
Obs: São Paulo é mesmo uma cidade de cu, ninguém sequer notou meu corpo inanimado e, se bobear, eu estava mesmo passando mal.
Estava atrasada, mas estava com fome.
"Foda-se, vou tomar um café da manhã decente nesta padaria de 1 milhão de dólares da Paulista." pensei.
Fui lá, belíssima, comer alguma coisa gostosa no self-service da padaria. Muito genial, um self-service de café da manhã, né? Aquelas coisinhas fumegandinho, potinhos de geleia, frutas, bolinho, suco. Mwuhá, comeria tudo fácil!
Só que ooooooi? R$19,50 o kg das iguarias matinais?!
"Manda um pingado e um pão na chapa, grande!"
Obs: o ponto alto do café da manhã foi assistir a briga de um casal no carro ao lado. Os dois estavam com roupas parecidas e usavam óculos escuros parecidos e fumavam histericamente parecidos. A mulher era genial, e gritava repetidas vezes " tem que fazer assim, porra??" Ela me trouxe uma pontinha de felicidade.
Sai correndo depois de pagar R$4.00 no meu super café+paonachapa (causou um rombo no orçamento. O almoço de hoje será Pipocas Nhac) e, sei lá, a Av Paulista resolveu mijar em mim com os ares-condicionados (plural, oi?). Era gotas grossas e, pensando agora, há a possibilidade de pessoas terem cuspido em mim.
Obs: Um anúncio de um professor de inglês nativo. Super erros de gramática! hahaha, tentarei tirar fotos pra postar no blog, aquilo merece registro.
Corri pra cacete, cheguei aqui no trabalho e "ah, tá tranquilo, né?"
É, porra, corri de idiota que sou / estou e estou aqui, atualizando um blog e pensando se no dia do sexo eu farei sexo (será dia 06/09 - dia meianove, saca? hãhã)
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terça-feira, 14 de julho de 2009
um post cheio de links
Uma babá foi acusada de ter estuprado um moleque de 14 anos, filho da patroa, nos EUA.
Juro que não vi nada demais.
Certo, a mulher tem 28 anos e o moleque tem 14, seduzir menores não é legal e tudo o mais mas, oi, ele foi estuprado?
Aham, tá. Senta lá Cláudia.
A arte imita a vida
Dica cultural sobre sexo adolescentte
livro: Amar, verbo intransitivo - Mário de Andrade
filme: Amor estranho amor - estrelando Xuxa
Juro que não vi nada demais.
Certo, a mulher tem 28 anos e o moleque tem 14, seduzir menores não é legal e tudo o mais mas, oi, ele foi estuprado?
Aham, tá. Senta lá Cláudia.
A arte imita a vida
Dica cultural sobre sexo adolescentte
livro: Amar, verbo intransitivo - Mário de Andrade
filme: Amor estranho amor - estrelando Xuxa
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sábado, 11 de julho de 2009
Medo
Eu morro de medo de ficar presa em banheiros.
Isso é trauma de infância, vem do dia que me tranquei sem querer no banheiro da casa nova (estranho pensar que a casa de hoje já foi nova um dia) e fiquei durante umas 2 horas sozinha, chorando e pedindo mamãe.
devia ter uns 4 anos quando isso aconteceu.
Hoje, com 20, não tranco a porta em lugares estranho má nunca. Coloco a bolsa na frente da porta e mijo com o braço esticado, que se alguém tentar abrir minha mão segura a porta antes que a pessoa me veja.
Raiva
Você chega em casa, depois de um dia de trabalho + estudo e vai tomar banho.
Uma olhadela no espelho e começa a se despir. Afinal, ninguém toma banho com roupa...
Tira a blusa, depois a calça jeans e pinfdshds, 2401510451056 moedinhas de 5 centavos se espalham pelo chão e putaquepariu catar cada merdinha daquela no chão gelado do banheiro, à 1h da manhã.
Porra... sempre moedinha pequena, pra me lembrar que não, eu não tenho dinheiro.
Só de pensar me dá raiva.
Raiva 2
Gordas do metrô. Sem mais.
Eu morro de medo de ficar presa em banheiros.
Isso é trauma de infância, vem do dia que me tranquei sem querer no banheiro da casa nova (estranho pensar que a casa de hoje já foi nova um dia) e fiquei durante umas 2 horas sozinha, chorando e pedindo mamãe.
devia ter uns 4 anos quando isso aconteceu.
Hoje, com 20, não tranco a porta em lugares estranho má nunca. Coloco a bolsa na frente da porta e mijo com o braço esticado, que se alguém tentar abrir minha mão segura a porta antes que a pessoa me veja.
Raiva
Você chega em casa, depois de um dia de trabalho + estudo e vai tomar banho.
Uma olhadela no espelho e começa a se despir. Afinal, ninguém toma banho com roupa...
Tira a blusa, depois a calça jeans e pinfdshds, 2401510451056 moedinhas de 5 centavos se espalham pelo chão e putaquepariu catar cada merdinha daquela no chão gelado do banheiro, à 1h da manhã.
Porra... sempre moedinha pequena, pra me lembrar que não, eu não tenho dinheiro.
Só de pensar me dá raiva.
Raiva 2
Gordas do metrô. Sem mais.
o mundo não é sério.
Mais uma história de vídeo / foto de gente pública fazendo séquis.
A burrinha da vez é uma vereadora de Santo Anastácio, interior de São Paulo, que deixou um "namorado casual" filmar a coisa toda e... bom... e depois zi vodeu, é claro.
Histórias como essa tem aos montes (e, admito, A D O R O) mas, poxa, olha o nome da envolvida: Andrea Puríssimo
É como se a gente conhecesse um careca na rua e descobrisse que ele chama José Carlos Penteado, saca?
A burrinha da vez é uma vereadora de Santo Anastácio, interior de São Paulo, que deixou um "namorado casual" filmar a coisa toda e... bom... e depois zi vodeu, é claro.
Histórias como essa tem aos montes (e, admito, A D O R O) mas, poxa, olha o nome da envolvida: Andrea Puríssimo
É como se a gente conhecesse um careca na rua e descobrisse que ele chama José Carlos Penteado, saca?
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domingo, 21 de junho de 2009
sábado, 13 de junho de 2009
sexta-feira, 12 de junho de 2009
O cu de Newton, por Blake
Certo dia, o matemático Sir Isaac Newton acordou puto de sua vida baconiaca e desregrada.
Resolveu tomar um rumo.
O primeiro passo era trocar suas vestes luxuriosas (definitivamente, túnica de veludo vermelho estava muito out).
Ficou em dúvida entre a túnica creme e a branca.
Optou, sabiamente, em ficar peladão e mostrar seus músculos perfeitamente harmônicos, calculados pelos deuses e esculpidos pelos anjos... estava calor mesmo, e, de qualquer modo, não tinha ninguém por perto.
Delicadamente, acomodou seu cu em cima de toda a organicidade do mundo e foi brincar de ser exato.
Fim.
(Inspirado na obra Newton, do poeta e pintor inglês Willian Blake
Resolveu tomar um rumo.
O primeiro passo era trocar suas vestes luxuriosas (definitivamente, túnica de veludo vermelho estava muito out).
Ficou em dúvida entre a túnica creme e a branca.
Optou, sabiamente, em ficar peladão e mostrar seus músculos perfeitamente harmônicos, calculados pelos deuses e esculpidos pelos anjos... estava calor mesmo, e, de qualquer modo, não tinha ninguém por perto.
Delicadamente, acomodou seu cu em cima de toda a organicidade do mundo e foi brincar de ser exato.
Fim.
(Inspirado na obra Newton, do poeta e pintor inglês Willian Blake
terça-feira, 26 de maio de 2009
segunda-feira, 18 de maio de 2009
ccc . conto café coragem
Toda manhã ela vem até minha mesa de trabalho, sem eu pedir, e traz um sorriso e um cafezinho.
"Muito obrigado, querida."
"De nada! De nada!"
O sorriso dela é tão simples, que se escancara ao receber o agradecimento.
Justamente por causa dessa simplicidade nunca tive coragem de dizer a ela que
EU ODEIO ESSA PORRA DE CAFÉ QUE A SENHORA FAZ!
Eu ainda tenho coração demais para responder assim...
"Muito obrigado, querida."
"De nada! De nada!"
O sorriso dela é tão simples, que se escancara ao receber o agradecimento.
Justamente por causa dessa simplicidade nunca tive coragem de dizer a ela que
EU ODEIO ESSA PORRA DE CAFÉ QUE A SENHORA FAZ!
Eu ainda tenho coração demais para responder assim...
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quarta-feira, 29 de abril de 2009
Décio Pignatari, we love you
"- Por tudo aquilo que eu sei e que eu não sei, com quase vinte anos, a minha vida não está legal."
[um período negro, sem tanta produção]
[um período negro, sem tanta produção]
terça-feira, 14 de abril de 2009
sabedoria pascal
conselho da figurinha de um bombom para mim:
"
Sou feia pra ele?
Quem tem um amor platônico coloca o ser amado em um pedestal. Por isso, é normal você se achar mais feio do que sua paixão. Uma dica? Quebre o espelho e olhe para dentro de você."
Obrigado, chocolate, hoje você é meu melhor amigo.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
delicadeza
Gosto da delicadeza falseada dos trabalhadores da fábrica, enquanto eles comem.
Aqueles garfinhos tão delgados naquelas mãos tão brutas.
Eles seguram os talheres com cuidado, e dá pra ver que alguns se esforçam pra ter movimentos mais delicados.
Mas, mesmo assim, não escondem os grandes pratos, transbordando arroz e feijão.
E um docinho do ladinho. Que essa é sobremesa.
Hoje fiquei especialmente encantada com um deles.
Depois de almoçar, foi até a salinha de TV, sentou-se na mesa que costuma ser de carteado, pegou uns livros de geografia, um caderno de brochura e começou a escrever.
Segurando a caneta BIC com o mesmo cuidado que há pouco segurou os talheres no refeitório.
É.
Gosto também da delicadeza falseada dos trabalhadores da fábrica, enquanto eles comem e enquanto eles estudam geografia.
Aqueles garfinhos tão delgados naquelas mãos tão brutas.
Eles seguram os talheres com cuidado, e dá pra ver que alguns se esforçam pra ter movimentos mais delicados.
Mas, mesmo assim, não escondem os grandes pratos, transbordando arroz e feijão.
E um docinho do ladinho. Que essa é sobremesa.
Hoje fiquei especialmente encantada com um deles.
Depois de almoçar, foi até a salinha de TV, sentou-se na mesa que costuma ser de carteado, pegou uns livros de geografia, um caderno de brochura e começou a escrever.
Segurando a caneta BIC com o mesmo cuidado que há pouco segurou os talheres no refeitório.
É.
Gosto também da delicadeza falseada dos trabalhadores da fábrica, enquanto eles comem e enquanto eles estudam geografia.
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domingo, 29 de março de 2009
Primo Basílio
Da época do vestibular e das paixões:
"Tentei te ligar ontem... mas não consegui completar a ligação.
Não gosto de escrever emails... pois nem todos são bons com as palavras né!!!Gostaria de falar no tel ... mas como não deu... tb bem.
Não sei se cabem.. mas gostaria de pedir desculpas!Enfim... não me portei da maneira mais cavalheresca na terça...e não consegui te dar atenção devida.Além da minha cara horrível de cansaço.
Vc tava radiante...dentre outras coisas por causa da oficina, e eu nem consegui ser recíproco.
Desculpe mesmo.
Quanto a nos encontrarmos nos corredores... acho que é um espaço meio desconfortável...Mas existem outros melhores...Conheço um que vende um açaí ótimo... e dá pra recarregar as energias!!!Que acha?"
sexta-feira, 27 de março de 2009
Meus ternos 16 anos
Pessoal,
Peço desculpas a todos os que eventualmente se ofenderam com o que havia escrito aqui no blog.
Danilo, Viviane, não quis ofender nenhum de vocês.
Publiquei o texto pois achei ele escondido, no meio de uns emaisl antigos. E, na realidade, a intenção não era o seu conteúdo, e sim a pessoa que eu era no momento que eu escrevi.
Este momento, sequer sei precisar qual foi.
Retrato-me publicamente.
Peço desculpas a todos os que eventualmente se ofenderam com o que havia escrito aqui no blog.
Danilo, Viviane, não quis ofender nenhum de vocês.
Publiquei o texto pois achei ele escondido, no meio de uns emaisl antigos. E, na realidade, a intenção não era o seu conteúdo, e sim a pessoa que eu era no momento que eu escrevi.
Este momento, sequer sei precisar qual foi.
Retrato-me publicamente.
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terça-feira, 17 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
Mazoquismo
Era uma mulher alta e elegante.
Suas angulosidades perfuravam meu ego toda vez que nos encontrávamos.
Aferroava-me sua imponência.
Seus passos sonoros ressoavam pelo salão; pelas ruas, pelo planeta.
Não havia quem não notasse sua presença incisiva, preenchendo todas as arestas vazias que pudessem existir.
As mãos, compridas e finas como eucaliptos.
Dedos longos, delicados, verdadeiramente femininos.
E quando sorria, todos sorriam também.
Mas sempre com aquele receio de ser atingido, perfurado por uma de suas quinas.
Ela me doia como picada de abelha.
---
A mulher angulosa foi a mulher que eu mais amei...
Eu tenho nojo
É da bunda.
Sou o oposto daquele personagem;
"O Cheiro do Ralo", pra mim, é uma farsa.
Sou o oposto daquele personagem;
"O Cheiro do Ralo", pra mim, é uma farsa.
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quinta-feira, 12 de março de 2009
me beija que eu sou designer
Resultado da oficina realizada pelo camerada e pelo núcleo de vídeos da fauusp durante a semana dos bixos 2009.
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terça-feira, 10 de março de 2009
Trocadilho preconceituoso
Sobre um casal homossexual no zoológico, trocando carícias demasiado intensas para o ambiente, repleto de crianças inocentes que não podem pensar que mulé cum mulé ou hômi com hômi são coisas de Deus.
– É um absurdo. As pessoas precisam saber que existe lugar pra bixo e lugar pra bixa.
– É um absurdo. As pessoas precisam saber que existe lugar pra bixo e lugar pra bixa.
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
toca reca
Qual não foi sua surpresa quando se olhou no espelho e percebeu que perdera todo o cabelo durante o banho.
Pigarreou,esfregou os olhos.
Olhou-se novamente e constatou que o fenômeno não ocorreu só com os cabelos; todos os outros pêlos do corpo haviam misteriosamente sumido.
Manteve a calma. Pensou que era um sonho, ou uma alucinação – tinha mesmo bebido uns goles no caminho do trabalho para casa.
Diria até que riu, estava de fato engraçado: nu e careca.
"Nunca estive tão pelado quanto estou agora" – pensou.
Pigarreou,esfregou os olhos.
Olhou-se novamente e constatou que o fenômeno não ocorreu só com os cabelos; todos os outros pêlos do corpo haviam misteriosamente sumido.
Manteve a calma. Pensou que era um sonho, ou uma alucinação – tinha mesmo bebido uns goles no caminho do trabalho para casa.
Diria até que riu, estava de fato engraçado: nu e careca.
"Nunca estive tão pelado quanto estou agora" – pensou.
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Capital mexicana bate recorde de mais beijos ao mesmo tempo
Do yahoo:
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A capital mexicana estabeleceu no último sábado um novo recorde para o livro Guiness com o maior número de pessoas se beijando ao mesmo tempo, derrubando o recorde anterior estabelecido em Londres, no ano passado
Durante a comemoração do Dia dos Namorados (Valentine's Day ou Dia de San Valentin), 39.897 pessoas se reuniram na principal praça da capital e se beijaram durante 10 segundos para marcar o novo recorde Guiness, disseram os organizadores.
Agora eu me pergunto: quem será o coitado que se beijou sozinho?
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A capital mexicana estabeleceu no último sábado um novo recorde para o livro Guiness com o maior número de pessoas se beijando ao mesmo tempo, derrubando o recorde anterior estabelecido em Londres, no ano passado
Durante a comemoração do Dia dos Namorados (Valentine's Day ou Dia de San Valentin), 39.897 pessoas se reuniram na principal praça da capital e se beijaram durante 10 segundos para marcar o novo recorde Guiness, disseram os organizadores.
Agora eu me pergunto: quem será o coitado que se beijou sozinho?
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sábado, 14 de fevereiro de 2009
"
Bróder, o mundo é tão pequeno!!
Vê só que coisa mais doida aconteceu comigo um dia desses.
Saí de casa, atrasado bagarai. Desci o elevador terminando de me arrumar, fui correndo em direção ao meu carro, procurando as chaves no meu bolso.
Parei para abrir a porta, dei uma olhada pros lados (costume antigo, tenho medo de ladrão, saca?), quando dei de cara comigo mesmo. Estava andando pela rua, com várias maletas e tubos de papel enrolado, todo despenteado e barbado... Cara, eu tava mal mesmo, parecia que eu não tinha dormido nem um minutinho na noite passada.
Então me assustei, né?
Não é todo dia que você dá de cara com você mesmo, no meio da rua, às 7 horas da manhã."
"Sobre o que conversaram? Você se disse algo que não sabia, alguma revelação, sei lá...?"
Ih, nem falamos nada, ó. Estávamos atrasados demais pra bater papo.
Vê só que coisa mais doida aconteceu comigo um dia desses.
Saí de casa, atrasado bagarai. Desci o elevador terminando de me arrumar, fui correndo em direção ao meu carro, procurando as chaves no meu bolso.
Parei para abrir a porta, dei uma olhada pros lados (costume antigo, tenho medo de ladrão, saca?), quando dei de cara comigo mesmo. Estava andando pela rua, com várias maletas e tubos de papel enrolado, todo despenteado e barbado... Cara, eu tava mal mesmo, parecia que eu não tinha dormido nem um minutinho na noite passada.
Então me assustei, né?
Não é todo dia que você dá de cara com você mesmo, no meio da rua, às 7 horas da manhã."
"Sobre o que conversaram? Você se disse algo que não sabia, alguma revelação, sei lá...?"
Ih, nem falamos nada, ó. Estávamos atrasados demais pra bater papo.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Onde está o seu buraco?
Escolher, por exemplo, a cor da cueca ou a carreira profissional a seguir é uma tarefa árdua para qualquer ser pensante. Não que uma coisa ou outra determine se você é uma boa pessoa, e sim porque nos dois casos a variedade de opções é incrível, e você é obrigado a escolher apenas uma.
Julgar essas e outras escolhas estritamente pessoais é comum e estritamente escroto, já que ninguém tem nada a ver com a sua faculdade de tecnologia da Carne, e tampouco com a sua cueca rosa de bolinhas verdes.
De fato. A priori a escolha é totalmente sua, meu caro padawan.
A "secundori" a escolha é sua e de todos os jedis à sua volta.
No meio urbano cada pessoa participa de vários núcleos coletivos ao mesmo tempo: escola, trabalho, família, etc. Esses grupos emanam um "poder coletivo" que esmaga as preferências, e, por conseqüência, a personalidade do indivíduo.
A mídia é o instrumento mais utilizado no processo de massificação. Moda, gírias, interesse popular em determinado aspecto, enfim, uma porrada de coisas é proveniente da influência exercida sob o indivíduo, que, apático (ou resignado), aceita tudo que lhe é imposto.
Como esse tipo de agressão não é física, é muito difícil notar as idéias pré-concebidas por determinados grupos sociais penetrando a fundo nos orifícios da individualidade.
Eu, pelo menos, não sinto nada.
Na época da ditadura era bem diferente porque, se fossem penetrar os oríficios de alguém, penetrariam com cacetes, na base de muita violência. E, apesar de não ter vivido essa época, posso afirmar, meu caro padawan, que doia demais.
Ou você acha que a ditadura se chama dita_dura por mero acaso?
É difícil perceber, por isso é difícil lutar contra a massificação.
Ressalto que é difícil, não impossível.
-E aí, tá a fim de lutar contra a massificação lá em casa, meu caro padawan?
Julgar essas e outras escolhas estritamente pessoais é comum e estritamente escroto, já que ninguém tem nada a ver com a sua faculdade de tecnologia da Carne, e tampouco com a sua cueca rosa de bolinhas verdes.
De fato. A priori a escolha é totalmente sua, meu caro padawan.
A "secundori" a escolha é sua e de todos os jedis à sua volta.
No meio urbano cada pessoa participa de vários núcleos coletivos ao mesmo tempo: escola, trabalho, família, etc. Esses grupos emanam um "poder coletivo" que esmaga as preferências, e, por conseqüência, a personalidade do indivíduo.
A mídia é o instrumento mais utilizado no processo de massificação. Moda, gírias, interesse popular em determinado aspecto, enfim, uma porrada de coisas é proveniente da influência exercida sob o indivíduo, que, apático (ou resignado), aceita tudo que lhe é imposto.
Como esse tipo de agressão não é física, é muito difícil notar as idéias pré-concebidas por determinados grupos sociais penetrando a fundo nos orifícios da individualidade.
Eu, pelo menos, não sinto nada.
Na época da ditadura era bem diferente porque, se fossem penetrar os oríficios de alguém, penetrariam com cacetes, na base de muita violência. E, apesar de não ter vivido essa época, posso afirmar, meu caro padawan, que doia demais.
Ou você acha que a ditadura se chama dita_dura por mero acaso?
É difícil perceber, por isso é difícil lutar contra a massificação.
Ressalto que é difícil, não impossível.
-E aí, tá a fim de lutar contra a massificação lá em casa, meu caro padawan?
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sábado, 31 de janeiro de 2009
Complexo Briget Jones
Acho um saco esse tipo de literatura (q?) feminina, escrita sempre por uma mulher urbanóide, moderna, em-busca-de-um-grande-amor que vem fazendo tanto sucesso por aí. Uma legião de mulheres de seus 30 e poucos anos, solteiras, que fazem bico enquanto comem brigadeiro e assistem filmes românticos, sem amigos, sem ninguém... tadinhas.
Elas só buscam um cara legal, bonito, carinhoso, teligentericoqueentendaossentimentoseblablabla e não se sentem encabuladas em contar a qualquer um como é difícil encontrar esse cara legal no mar de idiotas em que elas estão submersas; espalham suas derrotas amorosas por aí sem se preocupar com nada:
– Porque eu sou assim, e quem não gostar, Q U E S E F O D A !
Tudo tem limite, já diria Dona Maria. E o limite, pra mim, é o portal Mulé é um bicho burro mermo, anti-pérola do mundo virtual, urbanóide, moderno.
Porra! Olha o nome do site!!! Pode um negócio desse?!
Lá, quatro digníssimas moças (a saber: Antânia, Bucéfala, Idiotilde e Jujumenta), urbanóides, modernas, em-busca-de-um-grande-amor refletem sobre a vida, o universo e tudo o mais; claro, com a maior acuidade linguística já vista e a maior sagacidade em descobrir o que cada mulher pensa da vida.
No texto "Toda mulher inteligente é uma burra assumida" o nível cultural da autora é notável. Esta, logo no início, deixa bem claro que não é uma qualquer, é mulher inteligente, formada, de bom gosto e coisa e tal; nota-se realmente seu avanço intelectual nas colocações ao longo do texto. A baixo, a mais elevada de todas:
Você é bonita e ficou com o cara que queria? Acredite que não foi por ter milhares de táticas, decorar as dicas da revista Nova, ser atualizada, ler José Saramago, estar por dentro do que acontece no Brasil e no mundo, fazer joguinhos de conquista, dar ou não no primeiro encontro, não atender a ligação para fazer charme. [...]
Poxa, meninas, assim o Brasil se apaixona por vocês.
Elas só buscam um cara legal, bonito, carinhoso, teligentericoqueentendaossentimentoseblablabla e não se sentem encabuladas em contar a qualquer um como é difícil encontrar esse cara legal no mar de idiotas em que elas estão submersas; espalham suas derrotas amorosas por aí sem se preocupar com nada:
– Porque eu sou assim, e quem não gostar, Q U E S E F O D A !
Tudo tem limite, já diria Dona Maria. E o limite, pra mim, é o portal Mulé é um bicho burro mermo, anti-pérola do mundo virtual, urbanóide, moderno.
Porra! Olha o nome do site!!! Pode um negócio desse?!
Lá, quatro digníssimas moças (a saber: Antânia, Bucéfala, Idiotilde e Jujumenta), urbanóides, modernas, em-busca-de-um-grande-amor refletem sobre a vida, o universo e tudo o mais; claro, com a maior acuidade linguística já vista e a maior sagacidade em descobrir o que cada mulher pensa da vida.
No texto "Toda mulher inteligente é uma burra assumida" o nível cultural da autora é notável. Esta, logo no início, deixa bem claro que não é uma qualquer, é mulher inteligente, formada, de bom gosto e coisa e tal; nota-se realmente seu avanço intelectual nas colocações ao longo do texto. A baixo, a mais elevada de todas:
Você é bonita e ficou com o cara que queria? Acredite que não foi por ter milhares de táticas, decorar as dicas da revista Nova, ser atualizada, ler José Saramago, estar por dentro do que acontece no Brasil e no mundo, fazer joguinhos de conquista, dar ou não no primeiro encontro, não atender a ligação para fazer charme. [...]
Poxa, meninas, assim o Brasil se apaixona por vocês.
"De repente deu um bumm: Nossa, mas como a gente é burra!"
Para quem tiver banda larga e um tempinho sobrando, a entrevista que elas deram pro Jô
domingo, 25 de janeiro de 2009
Eletrodomesticados
Era uma vez uma máquina de lavar.
A máquina de lavar da minha casa. Ah! Como era bela! Grande, robusta, lavava até 8kg, não exigia que se esfregasse a roupa manchada antes e ainda economizava sabão em pó como nenhuma outra.
O único problema era que ela não queria ser máquina de lavar para sempre.
Sonhava em ser um avião.
Tentou por inúmeras vezes alçar vôo da lavanderia rumo ao infinito do firmamento. Porém o fio da tomada dela a impedia: possuia apenas 1m de comprimento
– 1 metro apenas?
– Sim, 1 metro apenas. Ele não tinha aquele espírito sonhador.
Então a máquina só podia sonhar até 1m, o que era uma tremenda injustiça se comparamos aos aspiradores de pó, que podem sonhar até quase 7m de comprimento. Podem sonhar embaixo da cama, atrás do sofá, dentro do armário. Os mais aventureiros podem sonhar até mesmo dentro dos carros.
Mas aspiradores de pó não sonham tão alto como a minha antiga máquina de lavar. Eles nunca quiseram sair voando por aí, mesmo tendo oportunidade para tal; se contentam em passar a vida útil aspirando as migalhas que o dono renega, achando que serão valorizados por executar a tarefa com resignação.
Humpf... odeio aspiradores de pó.
Acontece que as investidas da máquina acabaram por apressar seu fim.
Foi trocada por uma outra que aceita tudo que lhe é imposto. Sempre calada, sempre lavando, sem causar maiores danos.
Coitadinha, esta nunca sonhou em voar.
domingo, 11 de janeiro de 2009
do dia 25/06/08
"Hoje me senti Clarice. A hora do almoço foi a pior hora de todas. Minha única vontade era encostar em uma parede e ficar... nem vontade de fechar os olhos, era só de encostar mesmo.
Melancolia legítima. E é isso que me faz mulher, segundo o poeta, que era homem, obviamente.
Não saber porque, naquele momento, eu era Clarice piorava a situação; afinal, nem sei direito quem foi essa mulher, não a conheço.
Nadinha de Clarice em mim;
Só esse sentir-estranho, que teve hora pra começar.
Aproveitei os minutos restantes para descobrir o que nós (eu a minha amiga Lispector) sentíamos. Encontrei isso:
A mulher continuou a sacudir a toalha com violência e perguntou-se a quem poderia contar o que sucedera, mas não encontrou ninguém que entendesse o que ela não pudesse explicar."
sábado, 10 de janeiro de 2009
direita
Ela estava sentada na cama.
Ele deitou-se, a cabeça apoiada nas pernas cruzadas dela. Sorriu ao perceber que era muito mais bonita daquele ângulo do que dos outros que viu durante a noite toda.
Sentiu saudade de sua namorada. Não era tão bonita, mas ele estava realmente apaixonado dessa vez... não devia ter cedido e passado a noite com esta outra mulher. Ainda que não tivessem feito nada de mais, de certo modo traiu; e se sentia mal com isso.
- Frioziiinho... – disse ela, enquanto se abaixava na direção de seu pescoço.
Era tão bom... e ela tão bonita! Ainda mais na luz matinal que entrava pela janela do quarto, dançando no mesmo ritmo que a cortina ao vento. Acariciou sua nuca, sentiu os pelinhos se arrepiando.
As bocas se aproximaram, se encontraram.
- Melhor não
- É.
Ele levantou-se, arrumou o casaco. Olhou novamente para ela, que permaneceu na mesma posição: sentada, pernas cruzadas uma sobre a outra, a blusa caindo-lhe sobre os ombros. Um feixe de luz em seu rosto.
Encurvado em sua direção, deu-lhe outro beijo. Sorriu. Ele, sentindo-se um canalha e, ao mesmo tempo, um poeta, se espantou ao ouvi-la dizer:
- Você tem mau-hálito.
Ele deitou-se, a cabeça apoiada nas pernas cruzadas dela. Sorriu ao perceber que era muito mais bonita daquele ângulo do que dos outros que viu durante a noite toda.
Sentiu saudade de sua namorada. Não era tão bonita, mas ele estava realmente apaixonado dessa vez... não devia ter cedido e passado a noite com esta outra mulher. Ainda que não tivessem feito nada de mais, de certo modo traiu; e se sentia mal com isso.
- Frioziiinho... – disse ela, enquanto se abaixava na direção de seu pescoço.
Era tão bom... e ela tão bonita! Ainda mais na luz matinal que entrava pela janela do quarto, dançando no mesmo ritmo que a cortina ao vento. Acariciou sua nuca, sentiu os pelinhos se arrepiando.
As bocas se aproximaram, se encontraram.
- Melhor não
- É.
Ele levantou-se, arrumou o casaco. Olhou novamente para ela, que permaneceu na mesma posição: sentada, pernas cruzadas uma sobre a outra, a blusa caindo-lhe sobre os ombros. Um feixe de luz em seu rosto.
Encurvado em sua direção, deu-lhe outro beijo. Sorriu. Ele, sentindo-se um canalha e, ao mesmo tempo, um poeta, se espantou ao ouvi-la dizer:
- Você tem mau-hálito.
esquerda
Ela estava sentada na cama.
Ele deitou-se, a cabeça apoiada em suas pernas cruzadas, sorrindo para ela como se intencionasse pedir sua permissão, tamanha invasão era aquela.
Era uma atitude dispensável: durante toda a noite roubou-lhe carinhos intensos, fez-lhe ofegar; um colinho inocente numa manhã fria não era nada comparado a tudo que já havia acontecido entre os dois.
- Frioziiinho...
Encurvou o corpo na direção do pescoço dele.
Ao abaixar-se, sentiu a mão masculina encostada em sua nuca, que descia para as costas e violava a blusa amarrotada.
As bocas se aproximaram, se encontraram.
- Melhor não
- É.
Ele levantou-se, arrumou o casaco. Olhou novamente para ela, que permaneceu na mesma posição: sentada, pernas cruzadas uma sobre a outra, a blusa caindo-lhe sobre os ombros. Um feixe de luz em seu rosto.
Encurvado em sua direção, deu-lhe outro beijo. Sorriu. Ela, sentindo-se orgulhosa e, ao mesmo tempo, uma vadia, disse:
- Você tem mau-hálito.
Ele deitou-se, a cabeça apoiada em suas pernas cruzadas, sorrindo para ela como se intencionasse pedir sua permissão, tamanha invasão era aquela.
Era uma atitude dispensável: durante toda a noite roubou-lhe carinhos intensos, fez-lhe ofegar; um colinho inocente numa manhã fria não era nada comparado a tudo que já havia acontecido entre os dois.
- Frioziiinho...
Encurvou o corpo na direção do pescoço dele.
Ao abaixar-se, sentiu a mão masculina encostada em sua nuca, que descia para as costas e violava a blusa amarrotada.
As bocas se aproximaram, se encontraram.
- Melhor não
- É.
Ele levantou-se, arrumou o casaco. Olhou novamente para ela, que permaneceu na mesma posição: sentada, pernas cruzadas uma sobre a outra, a blusa caindo-lhe sobre os ombros. Um feixe de luz em seu rosto.
Encurvado em sua direção, deu-lhe outro beijo. Sorriu. Ela, sentindo-se orgulhosa e, ao mesmo tempo, uma vadia, disse:
- Você tem mau-hálito.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
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