quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Dona Maria


"- Outro dia encontrei ele na feira. Acho que ele não me viu, sabe, porque continuou o caminho dele, geralmente ele muda de calçada quando me vê... aí eu falei ' Oi, Marcos, tá todo bonitão, hein' - disse assim pq ele é um moço bonito, moreno alto com um soriso bem feito. 'Cadê a Dinalva que não tá com você?'. Ele respondeu 'Ela tá trabalhando hoje, vim fazer a feira no lugar dela' 'Ahn... olha, qualquer coisa me procura que eu tô morando aqui de novo, tá?'. Falei assim pra não cobrar o dinheiro que ele tá me devendo desde a época que morou de inquilino na minha casa. É muito despeito, não acha? Tá me devendo trezentos e sessenta real até hoje e nem me procurou! Mas ainda bem que ele saiu da minha casa... Depois ele foi pra uma das casas do seu Zé, mas logo saiu de lá também. A mulher do seu Zé - como ela chama mesmo? - a mulher do seu Zé falou que ele levou a tampa da privada da casa, que era toda enfeitada, cheia de coisa. Diz que agora voltou pro Recife, porque a família dele é de lá. Ai, eu fico pensando se Deus vai me guiar, agora que vou morar em Taquaritinga com a Suely. Eu, quando cobro Deus falo assim 'Meu Pai,
aqui estou pedindo sua ajuda'; porque eu sou viúva, viúva de verdade mesmo - que tem muita viúva safada - e está na bíblia que Deus guia os negócios das viúvas que precisam Dele. É, Deus vai guiar, vai guiar. Sabe que ontem eu tava na Suely e fiquei conversanco com a Bruna; a menina tá grandona, gorda que só se vendo, mas que menina que come! Se bem que com uma mãe daquelas, qualquer um engorda, a Suely tá fazendo uns doces ótimos, nesse Natal foram duzentos e trinta e sete, não, duzentos e vinte e sete panetones de encomenda. A suely é mesmo uma ótima cozinheira...

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