
Ele deitou-se, a cabeça apoiada em suas pernas cruzadas, sorrindo para ela como se intencionasse pedir sua permissão, tamanha invasão era aquela.
Era uma atitude dispensável: durante toda a noite roubou-lhe carinhos intensos, fez-lhe ofegar; um colinho inocente numa manhã fria não era nada comparado a tudo que já havia acontecido entre os dois.
- Frioziiinho...
Encurvou o corpo na direção do pescoço dele.
Ao abaixar-se, sentiu a mão masculina encostada em sua nuca, que descia para as costas e violava a blusa amarrotada.
As bocas se aproximaram, se encontraram.
- Melhor não
- É.
Ele levantou-se, arrumou o casaco. Olhou novamente para ela, que permaneceu na mesma posição: sentada, pernas cruzadas uma sobre a outra, a blusa caindo-lhe sobre os ombros. Um feixe de luz em seu rosto.
Encurvado em sua direção, deu-lhe outro beijo. Sorriu. Ela, sentindo-se orgulhosa e, ao mesmo tempo, uma vadia, disse:
- Você tem mau-hálito.
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