
Era uma mulher alta e elegante.
Suas angulosidades perfuravam meu ego toda vez que nos encontrávamos.
Aferroava-me sua imponência.
Seus passos sonoros ressoavam pelo salão; pelas ruas, pelo planeta.
Não havia quem não notasse sua presença incisiva, preenchendo todas as arestas vazias que pudessem existir.
As mãos, compridas e finas como eucaliptos.
Dedos longos, delicados, verdadeiramente femininos.
E quando sorria, todos sorriam também.
Mas sempre com aquele receio de ser atingido, perfurado por uma de suas quinas.
Ela me doia como picada de abelha.
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A mulher angulosa foi a mulher que eu mais amei...
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