
Aqueles garfinhos tão delgados naquelas mãos tão brutas.
Eles seguram os talheres com cuidado, e dá pra ver que alguns se esforçam pra ter movimentos mais delicados.
Mas, mesmo assim, não escondem os grandes pratos, transbordando arroz e feijão.
E um docinho do ladinho. Que essa é sobremesa.
Hoje fiquei especialmente encantada com um deles.
Depois de almoçar, foi até a salinha de TV, sentou-se na mesa que costuma ser de carteado, pegou uns livros de geografia, um caderno de brochura e começou a escrever.
Segurando a caneta BIC com o mesmo cuidado que há pouco segurou os talheres no refeitório.
É.
Gosto também da delicadeza falseada dos trabalhadores da fábrica, enquanto eles comem e enquanto eles estudam geografia.