segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Eu não tenho o controle

Eu gosto de ouvir o som dos meus próprios passos.
E gosto de andar olhando pra baixo também.

Ver as pedrinhas, a textura da calçada (estranho não? São texturas tão ricas que me privo de sentir), os pedaços de papéis que alguém não quis. Poeira, barata morta, gente, tem tanta coisa espalhada por aí.

Aí começo, de repente, a achar que são meus pés que escolhem o caminho, não eu... Como se eles fossem eles, e eu fosse eu; e não como deveria ser: eles sendo eu, e vice-versa.
Essa é a hora mais estranha da caminhada e da minha vida.

Às vezes até paro forçadamente e fico mexendo meus dedos, ou dando passos apertadinhos, rodopiando, cruzando pernas, fazendo qualquer coisa só pra ter certeza que aqueles pés são mesmos meus.

Mas não adianta.
Fazer isso é só uma tentativa desesperada de provar pra mim que eu sou dona da minha vida, quando não sou.